Em sua 40ª temporada, a São Paulo Fashion Week promove a celebração dos 20 anos do evento que mudou a cara da moda nacional. A responsabilidade de abrir os desfiles coube a Alexandre Herchcovitch, um dos ícones dessa trajetória. Como em toda efeméride, é natural que se olhe para o passado, na tentativa de reescrever o futuro. Herchcovitch revisitou sua relação com a moda na apresentação realizada na tarde deste domingo (18), na sede da Prefeitura paulistana.
Resgatou as camisolas-de-força que mostrou em seu desfile de formatura em 1994. Usou o sexo como pretexto para liberar mamilos, em recortes e transparências. Fetichista e provocador, tascou botas de couro, anéis penianos em zíperes, rostos cobertos, cetim que parece couro cortado no viés, flertando com suas origens, mas agora com direito a tecido bom e acabamento melhor ainda. O TCC de Herchcovitch é nota 10. Como também o é a relação que o estilista propôs com a cidade. Ele distribuiu bilhete único na forma de convite, e incentivou os fashionistas a usarem o transporte público.
É jogo de cena para a maioria, uma gente que só vai andar de ônibus e de metrô para fazer pose no Instagram, mas a iniciativa de Herchcovitch parece sincera. Como tantos paulistanos, ele celebra, a seu modo, uma nova relação com a cidade. Usar o espaço da Prefeitura (como direito à presença do prefeito Fernando Haddad) não deixa de ser emblemático. É preciso que ocupemos os espaços, todos eles. E que a moda esteja integrada à vida das pessoas. Assim como sexo, o fetiche, o desejo. Os caretas que se danem.
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